Com a virada do ano, muitos se colocam a tarefa de fazer o planejamento para 2017.
Contudo, do ponto de vista estratégico, e avaliando o mercado da advocacia, talvez um planejamento anual não seja a melhor ideia.
Deixe-me explicar melhor o raciocínio.
O planejamento se coloca como tarefa definir uma estratégia, tendo como resultado um plano de ação para um determinado período.
Definimos as áreas estratégicas, objetivos, metas, caminhos a serem tomados, recursos a serem alocados, ferramentas a serem implementadas e mecanismos de avaliação do sucesso da estratégia (as métricas de avaliação).
O planejamento define um ciclo de pensamento, ação, avaliação.
Pensamos a estratégia, colocamos em prática nossos planos e fechamos o ciclo com a avaliação dos resultados. Essa avaliação trará informações valiosas para o novo ciclo de planejamento.
Ocorre que num mercado tão dinâmico quanto o da Advocacia, planejamento para ciclos grandes corre o grande risco de ser engavetado.
Primeiro, porque o plano de ação se torna um documento mais longo, o que dificulta que se torne um instrumento efetivo de orientação da ação.
Em segundo lugar, porque o plano se torna necessariamente mais complexo, e a capacidade de operacionalização das ideias se torna mais difícil.
Conclusão: você não deve fazer planejamento para 2017 (anual), mas para períodos menores.
Pode ser semestral, melhor ainda se for bimestral. Mensal talvez sobrecarregue muito sua equipe.
Planos para ciclos menores possuem várias vantagens:
- é mais fácil definir objetivos e metas de curto prazo, pois temos menos elementos envolvidos no planejamento;
- a alocação de recursos pode ser feita com uma previsão financeira mais fidedigna, pois prever quanto de caixa você terá no fim do próximo ano pode ser um exercício de futurologia;
- você avalia resultados mais frescos, que acabaram de ser obtidos num ciclo menor;
- a revisão de objetivos e metas para o próximo ciclo é feita com base em feedbacks mais precisos (devido a avaliação mais fresca do ciclo anterior);
- o planejamento fica menos engessado, e você pode testar ideias que, no longo prazo, seriam arriscadas demais (é mais fácil testar quando avaliamos com mais frequência os resultados);
É claro que planejamento em ciclos menores vai colocar alguns desafios que precisam ser superados:
O primeiro deles é a capacidade de tomar decisões em conjunto.
Se você não sabe fazer reuniões ou brainstormings produtivos, esse planejamento em ciclos menores pode se tornar um fardo muito pesado para sua equipe.
Então, antes de fazer planejamento com sua equipe, talvez seja melhor aprender a fazer reuniões que funcionem. Esse é um assunto “pesquisável” no Google.
O segundo, é criar uma cultura de planejamento.
Boa parte dos escritórios são focados na execução, principalmente pela urgência do cumprimento de prazos fatais.
Parar a correria das tarefas do dia-a-dia para fazer reuniões e discutir estratégias e planos de ação parece contraproducente para muitos.
Mas, é preciso vencer esse preconceito, pois não há escolha.
Ou você para tudo, para definir que caminho você vai tomar; ou continua na correria do dia-a-dia, sem saber ao certo para onde está caminhando e que resultados vai alcançar.
A melhor maneira de criar essa cultura de planejamento é envolver toda a equipe no processo, de forma que todos consigam visualizar os resultados que advém do próprio esforço, criatividade e inteligência.
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Muito bom o artigo quero utilizar essas dicas.